Amigos do Sao Paulo Saudavel
02 de fevereiro de 2017

Por Kamila Signorelli

Neste mês de Janeiro, tive a chance conhecer um projeto que me fez acreditar. Sabe quando algo realmente mexe com seu coração e você sabe que aquele encontro não foi por acaso? Talvez esse seja um sentimento bem comum que rola com quase todo mundo que entra na Casa Ecoativa. Tem alguma coisa de muito mágica acontecendo ali desde há quase 20 anos, quando de um espaço ocioso, a comunidade propôs um programa de gestão participativa do bairro.

A Ecoativa é um centro eco-cultural situado na Ilha do Bororé, às margens da Represa Billings (lá no Extremo-Sul), que promove o acesso a cultura e a práticas sustentáveis. Para chegar lá é preciso atravessar uma balsinha (a 1a. balsa do Bororé), porque rola toda uma geografia diferentona cheia de beleza esverdeada da Represa Billings. Pra quem não circula tanto assim pela cidade, pode parecer um rolê (e talvez seja sim) mas te digo com toda certeza que vai valer a viagem.

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Um exemplo disso foi a visita da artista suíça Mona Caron, que tem um trabalho de art-vismo. Ela veio para o Brasil em 2015 embelezar o Minhocão e aproveitou para conhecer a Ecoativa (fotos acima), onde ficou tão impressionada que resolveu passar uns dias por lá e dar sua contribuição par a casa principal.


Uma linda viagem pela cena cultural e sustentável do Grajaú.

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Imagem da represa Billings aos olhos do fotografo Andre Bueno, que nasceu na região e revela o que aquela água verdinha e acolhedora representa para a identidade dos moradores.

A Casa Ecoativa é um grande espelho do Grajaú que respira arte e a enxerga de uma forma holística, conectando todas as expressões da alma de uma forma encantadora. Um dos eventos mais famosos do espaço é o Sarau de Cordas que acontece todo penúltimo sábado do mês, promovendo encontros entre nomes da música, performances teatrais, poesia e fotografia.

Para aproveitar a represa, em alguns domingos do mês, a Ecoativa junto aos Meninos da Billings e o Navegando nas Artes promove Vivência Náuticas pela Represa Billings a fim de ocupar os diferentes espaços públicos e trazer a tona discussões em torno da água e resíduos. Também acontecem com frequência, os Encontros Permaperifa, que visam divulgar as práticas de permacultura para a comunidade local. Lá eles reutilizam todos os resíduos (todos mesmo!) fazendo com que a casa seja totalmente auto-sustentável. Além disso, realizam oficinas de plantio na Agrofloresta comunitária da Ecoativa em que é só chegar, trocar, aprender e ensinar.

Orgânico pra quebrada, JÁ!

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Uma outra iniciativa da Ecoativa e de produtores que fazem parte da Cooperapas Receitas Orgânicas, é o projeto de “Comunidade que Sustenta a Agricultura”, o CSA da Zona Sul, também já é um sucesso na região – unindo todxs do Grajaú  – com objetivo de oferecer Cestas Orgânicas a preço justo toda semana (e não apenas exportar para outras regiões da cidade como acontece normalmente).

“A gente quebra essa lenda do orgânico caro. Orgânico não é caro. A logística que foi pensada pra isso [encarece], e o capital, o capitalismo vai pintando e cooptando isso também”. Jaison Pongiluppi Lara

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Mas a verdade é que de tudo que é possível ver de especial por lá, nada é tão tocante quanto o coração das pessoas, os paulistanos mais especialistas em receber e acolher.

O Grajaú é lindo por dentro, por fora.

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Agradecimentos especiais aos amigxs:
Marco Lunar
Paolo Vieira, idealizador do Coletivo Quebra-Mundo (que quebra o mundo mesmo)
Jaison Lara
Wellington Neri