Neste ano de 2019, a Sala São Paulo, uma das mais importantes instituições culturais de São Paulo celebra 20 anos. A sala de concertos do Complexo Cultural Júlio Prestes já faz tanto parte do roteiro cultural paulistano que até me assustei em saber que ela é mais nova do que eu. O que, muito felizmente, me prova mais uma vez que estamos a todo tempo criando e transformado a topografia da vida em São Paulo.
Isso fica ainda mais claro quando olhamos para o edifício e vemos que ele se transformou para narrar a história da nossa cidade. O edifício da Estrada de Ferro Sorocabana foi projetado por Christiano Stockler das Neves em 1925 para ser o ponto de partida da Estrada de Ferro Sorocabana — era o período em que a economia dos barões do café estimulava o crescimento da cidade e o desenvolvimento ferroviário.
Mas em São Paulo o tempo passa tão rápido que, quando o prédio foi finalizado apenas em 1938 (com atrasos pelo o impacto da crise de 1929), já havia automóveis passando na rua. De lá pra cá a malha ferroviária minguou, mas a vida cultural paulistana cresceu. Assim em 1997, o espaço migrou da administração da CPTM para a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
A Sala São Paulo teve seu prédio tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat, ao mesmo tempo que tornou-se a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), que, no dia 9 de julho de 1999, apresentou a peça inaugural Sinfonia nº 2, Ressurreição, de Gustav Mahler. Na última semana a OSESP homenageou os 20 anos com o mesmo compositor, mas agora com Sinfonia nº 8 em Mi bemol maior, que foi transmitida ao vivo também pela internet.
Para quem quer conhecer a Sala São Paulo quase que diariamente eles realizam uma visita monitorada (R$5 por pessoa – confira os horários no site). Recomendamos fortemente que você aproveite a visita ao centro da cidade para ver uma exposição na vizinha Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Claro que o mais interessante é a experiência completa: não só visitar o espaço, mas assistir a um concerto da maravilhosa OSESP, que prezam pela acessibilidade tanto física (o espaço é adaptado e inclusivo), quanto social (realizando concertos gratuitos). O principal deles são os concertos matinais de domingo (os ingressos gratuitos são distribuídos a partir das 10h da segunda-feira anterior ao concerto). Além disso, durante a semana há o ensaio aberto (R$15), que possui todo o charme e a dinâmica de um ensaio de orquestra, com suas pausas, repetições de trechos e alterações na ordem da obra.
Confira a programação no site.
Fotos: Sala São Paulo
