Comida

Queijo Artesanal Paulista: Nosso Top 5

Quem disse que só Minas tem bom produtor de queijo?
Letícia Genesini
27 de de 2017

Depois da polêmica em a grande chef Roberta Sudback no Rock in Rio teve seus queijos (que nem eram artesanais mesmo) confiscados, voltou à tona a discussão sobre as dificuldades do queijo artesanal no Brasil. A discussão é ampla, e se você estiver de fato interessado eu recomendo este texto do Slow Food, mas um fato é: é mais fácil importar queijo artesanal da França, do que trazer de um estado brasileiro para o outro. Muito já foi alcançado, mas enquanto a legislação não evolui mais aproveitamos para celebrar o que temos no nosso próprio estado de São Paulo.

Fazenda Atalaia
Presente em todas as nossas feiras, os queijos da Atalaia são de dar água na boca. Comandada pelo casal de mestres-queijeiros Rosana e Paulo Rezende, a queijaria ocupa parte de uma fazenda histórica do período cafeicultor. Eles começaram a fazer queijo há mais de 20 anos, primeiro vendendo de porta em porta, e hoje são premiados internacionalmente. O queijo Tulha (capa), nosso xodó, ganhou medalha de ouro no World Cheese Award 2016-17. Além dele, eles produzem o Mogiana que é maturado por 120 dias, que ganha urucum na massa para a cor alaranjada; e o Mantiqueira, que é ótimo para quem gosta de um queijo mais suave, seja com casca maturada com alecrim ou lavada na cerveja Stout.

Quem quiser visitá-los, pode marcar um dia. Além da degustação eles oferecem tour guiado, café da manhã, e de tempos em tempos promovem aulas e oficinas no local.

Capril do Bosque
Novo integrante das nossas feiras, o Capril do Bosque, como o nome diz, tem o melhor queijo de cabra que você vai experimentar por essas bandas. A mestre-queijeira, Heloisa Collins, iniciou a produção em 2010 e desde então desenvolveu 13 receitas. A nossa favorita é o Cacauzinho,  um rolinho de queijo maturado com mofos brancos sobre cobertura de cacau e baunilha do Pará. Mas há outras receitas com toques mais tradicionais inspiradas em famosos queijos, como o Azul do Bosque, sua versão do queijo azul inglês (stilton); e o Lua do Bosque, que lembra um Camembert. Todos os queijos são feitos com o leite de cabras alimentadas naturalmente.

Quem quiser conhecer a fazenda que fica em Joanópolis, além de comer queijo e conhecer as cabrinhas, pode comer no incrível restaurante que eles tem lá.

Pardinho
Como muitos queijeiros, o pessoal do Pardinho, antes de se aventurar na fermentação criavam gado. Nos últimos anos que a produção focou nos queijos, que são de leite cru e maturados por até 15 mesesem caves subterrâneas. O mais famoso é o Cuesta — 100% com leite de suas vacas que são alimentadas a pasto, e curado por oito meses.

Fazenda Santa Helena

Para quem acha que não existe queijo de búfala nacional, saiba que temos um aqui pertinho. Vale a pena provar o Crema, que é a versão deles da burrata italiana, recheado com creme de leite de búfala. Além dos queijos frescos, que são os mais comuns com esse tipo de leite, eles possuem versões meia cura (maturado por 45 dias) e e extra curado (com mais de 90 dias). A fazenda fica em Jacupiranga, e eles oferecem  tour guiado, degustação de queijos, aulas e oficinas.

Fazenda Santa Luzia
Essa é uma marca queria minha porque é conterrânea dos meus familiares — de Itapetininga. Também iniciaram a vida da fazenda com criação de gado, mas hoje produzem 18 tipos de queijos, entre frescos e maturados por até três anos, de leite cru ou pasteurizado.  O Tropeiro é a receita premiada queganhou medalha de ouro na primeira edição do concurso Queijo Brasil. Ele é feito com massa cozida e coberto por cinza vegetal durante o processo de maturação para proteger as peças do mofo. Quem quiser visitar Itapê, pode fazer o tour guiado, degustação de queijos, além de comer no restaurante local ou tomarcafé da manhã da fazenda. Eles também promovem aulas e oficinas.

Todas essas queijarias fazem parte da campanha O Caminho do Queijo Artesanal Paulista.

Foto de capa: PP Nogueira Fotografia / Fazenda Atalaia