Exercício

Movimento pela Mulher

Corra por essa causa
Letícia Genesini
07 de março de 2016

Neste 08 de Março, não dê flores. Faça uma inscrição para a corrida Movimento pela Mulher.

Em Março celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma data lembrada todo ano, mas raramente comemorada. Sim, é verdade que não há uma mulher que passe esse dia sem receber flores, chocolates, ou pelo menos um parabéns. E não há uma marca que esqueça esse dia enaltecendo a feminilidade. Mas é raro quem o faça comemorando de fato o espírito da data. Por isso, o São Paulo Saudável e o Movimento pela Mulher te convidam a celebrar o mês da mulher de um modo mais original, divertido e, claro, muito mais significativo.

No dia 20 de Março acontece a 2ª edição da Corrida Movimento pela Mulher. Com largada na região do Ibirapuera, às sete da manhã, o evento que conta com o apoio do São Paulo Saudável não é simplesmente mais uma corrida de rua no calendário paulistano. Marcado simbolicamente no mês da mulher, o acontecimento esportivo trabalha o poder transformador do esporte para não apenas estimular a atividade física, como também conscientizar a sociedade e o poder público sobre o grave problema social que é a violência contra a mulher, levando mulheres e homens a refletir, discutir e – sim – celebrar temas como empoderamento, igualdade e justiça.

Já em sua concepção o evento traz um exemplo de união e sororidade entre mulheres que levam a força da corrida e o potencial da cultura digital em suas próprias vidas. Sendo idealizado por Gabriela Manssur, promotora de justiça, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Região da Grande São Paulo II, Diretora da Mulher da Associação Paulista do Ministério Público e maratonista à frente do blog Justiça de Saia, o Movimento tomou vida através de sua parceria com as queridas atletas Deborah Aquino, do Blog da Debs, e Paula Narvaez, do Corre Paula, com um treino na USP em 2014.

A ideia de realizar um evento de corrida não se deve ao simples fato das 3 serem maratonistas. Não apenas a corrida é um esporte democrático, mas que cada vez mais atrai as mulheres:  já representamos 56% dos concluintes das provas de rua no mundo, apesar de termos começado nelas indo contra as regras (só que isso é história para outra hora). E mais importante, todo mundo que já cruzou uma linha de chegada (mulheres ou homens) sabe bem do poder simbólico que este feito carrega. Quem segue um pouco da história das 3 sabe também a importância que a corrida tem, cada qual a seu modo, nas suas vidas, e por isso mesmo decidiram levar essa força para os outros.

O que iria começar modestamente como um 6k compartilhado por poucas centenas de pessoas, foi uma multidão celebrando essa nova voz por entre as passadas. Ficou claro que não era apenas elas que viam como a corrida poderia carregar essa bandeira, e era preciso fazer algo maior e mais oficial — até porque a USP baniu as 3 de realizarem mais eventos no campus tão grande foi a adesão do público.

No ano seguinte, 2015, o evento ganhou estrutura de uma corrida de rua oficial reunindo mais de 2000 pessoas. E as vitórias simbólicas passam para a vida real, como conta Gabriela Manssur que vê no dia a dia do seu trabalho os princípios do Movimento pela Mulher:  “elas (mulheres que já sofreram violência) contam que se sentem bem melhor praticando esportes, passaram a ter amor pela vida e conseguiram até uma recolocação no mercado de trabalho, ganharam força interior com a corrida”.

Este ano a corrida volta para de novo envolver todas as pessoas, independente de gênero, idade, aptidão e nível esportivo, na discussão do lugar da mulher na sociedade e reafirmar a força deste esporte. Além disso, parte do valor de cada inscrição será revertida para ONGs e associações parceiras que dedicam suas atividades para o fim da violência contra a mulher e empoderamento feminino, como Instituo Maria da Penha, Associação Artemis, Projeto Vida Corrida, Geledés – Instituto da Mulher Negra e União de Mulheres de São Paulo.

Ressoando grandes iniciativas como Eles por Elas e Por um Planeta 50/50 em 2030, que visa assegurar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o Movimento pela Mulher é mais do que a corrida que ele organiza, e podemos esperar mais ações que caminhem pelos seus ideais. Mas, por enquanto, vamos dar este primeiro passo?

movimento pela mulher 2 - post

 

2ª CORRIDA MOVIMENTO PELA MULHER

Data: 20/03/2016
Local: em frente à Assembléia Legislativa de São Paulo, Ibirapuera
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Largada: 7 da manhã
Inscrições: www.movimentopelamulher.com.br, até 16/03 ou término das vagas
Modalidades: individual corrida (5K ou 10K) e caminhada (5K)
Valor: R$ 80 (idoso R$ 40). Atenção: R$10 do valor de cada inscrição será revertido para as ONGs e associações parceiras.

Patrocínio: Unimed do Brasil, Mapfre Seguros, Gatorade, Terra Brasil, Instituto Avon e  Lupo Sports.

Apoio Oficial
: APMP Mulher – Associação Paulista do Ministério Público.

Apoios: São Paulo Saudável, Secretaria Municipal de Política para Mulheres; Secretaria Municipal de Esportes e Lazer; ONU Mulheres; GNT; Grupo Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público do Estado de São Paulo; Núcleo Especializado de Promoção dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública de São Paulo; Conselho Estadual da Condição Feminina; Comissão da Mulher Advogada OAB/SP; COMESP – Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo; Ministério Público do Estado de SP; Instituto Patricia Galvão; Estúdio13 Fotografia.

Organização: Latin Sports