Exercício

Maratona de São Paulo

Relato de uma corredora
Mari Fischer
18 de maio de 2016

Correr uma maratona é uma conquista para todo mundo, mas nesse caso a Mariana Fischer tinha motivos de sobra para se emocionar.

Recentemente corremos a maratona de São Paulo, evento que para nós, corredores do Clube Paineiras do Morumby tem um motivo especial. É uma prova que corremos com coração e homenageando nosso querido Álvaro Teno.

Tive o prazer de “puxar” o Álvaro por seis anos consecutivos nela. Mesmo pelos três anos que morei fora, consegui voltar e fazê-la junto com ele.  E justo em 2014, ano que voltei ao Brasil e iríamos fazer a maratona completa juntos – eu estreante e ele veterano com mais de vinte maratonas concluídas, o destino nos impediu. Em Agosto daquele ano, durante um dos longões que antecedem a maratona Álvaro foi bruscamente atingido por um carro na Cidade Universitária e nos deixou.

Acabei completando minha primeira maratona naquele ano, porém em Amsterdã. No entanto, me comprometi que enquanto estiver com amigos Painenrenses, para homenagear Álvaro Teno, correria a Maratona de São Paulo.

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A Maratona de São Paulo é emblemática, uma prova que nos faz se sentir em casa. Prova que encontramos todos amigos de corrida, técnicos, histórias de superação, recepção calorosa de uma torcida na chegada. Mas também é a maratona mais difícil que já fiz. O clima seco, o calor e os asfalto que aumentam a sensação térmica nos faz perceber como na corrida preparo físico e mental são complementares.

Completei este ano em 3 horas e 20 minutos, mas não percebi o tempo passar. Na verdade, cada quilômetro me vinha uma lembrança do meu amigo, e cada sinal de cansaço memorizava uma das frases de motivação que usava como “Vai Garotinha”, e “É cabeça e coração agora”. Quando estava na USP foi nostálgico pois era nosso ponto de encontro para os últimos 10km e chorei como se Álvaro estive ali ao meu lado. Corri para ele se orgulhar e se sentir querido, pois todo esforço e gota de suor foi para ele.

Porque felicidade na corrida também é só real se compartilhada.