No mundo todo, o 22 de Setembro é o Dia Mundial sem Carro (World Car Free Day). A iniciativa criada pelo movimento Car Free e adotada por cidades do mundo todo (o primeiro país foi a França em 1997) tem como objetivo estimular uma reflexão sobre a mobilidade urbana, o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto.

A ideia da data não é um repúdio ao carro, e sim um pedido de reflexão. Em São Paulo, muitos de nós nos sentimos na obrigatoriedade de ter um carro ou se locomover de carro (uber/taxi). Claro, todos também sabemos das consequências ambientais e de qualidade de vida do uso excessivo do automóvel, porém vivemos em uma cidade que tem um desafio a mais quando se trata de mobilidade, é inegável.

Nesse contexto o Dia Mundial Sem Carros não vem como uma exigência eco-chata — deixe o carro e se junte àquele seu amigo esclarecido que só anda de bike, só come orgânico 100% do tempo e tem um unicórnio em casa. Mas sim como uma reflexão: eu preciso mesmo usar sempre o carro ou estou sempre acostumado? Se por um dia, por uma emergência, eu não pudesse sair de casa de carro, o que eu faria? Seria realmente impossível? Se sim, por quê? O que acontece na minha cidade que qualquer outro meio de transporte é dificultado? Como isso poderia ser diferente?

E se você puder vá além do questionamento e deixe mesmo o carro em casa. Ou diminua o trajeto — não tem metrô perto da sua casa, mas dá pra pegar um taxi até o metrô? Isso já seria uma experiência diferente. E aproveite para viver a cidade de modo diferente. Cada modo de transporte nos dá uma relação com o nosso entorno. O carro tem maravilhosas vantagens de conforto e comodidade, mas também cria uma situação de isolamento. Antes, pedale, corra por ruas que você até agora só dirigiu, no mínimo você vai sair com uma nova perspectiva do que é ser um paulistano.

Ah, e se você não sabe andar de bike, veja essas dicas.