Comida

Arca do Gosto

A iniciativa do Slow Food para salvar ingredientes em risco de extinção.
Letícia Genesini
23 de outubro de 2017

Já ouviu falar em butiá? Macaúba? Mel de abelha canudo Sateré-Mawé? Pois saiba que estes são ingredientes brasileiros em risco de extinção, simplesmente porque sumiram do nosso prato, e consequentemente da nossa terra. Por isso o Slow Food criou a Arca do Gosto, um catálogo mundial de produtos alimentares característicos e representativos da sociobiodiversidade e das tradições locais ameaçados de desaparecimento biológico ou cultural.

Na Arca, embarcam espécies vegetais e animais, mas também produtos processados e modos de fazer, já que, junto com a diversidade vegetal e animal, estão desaparecendo também queijos, carnes curadas, pães e doces, expressões de saberes rurais e artesanais não escritos, que são fruto de competências e práticas transmitidas de geração em geração. A Arca foi criada para chamar a atenção para tais produtos, denunciar o seu risco de extinção e convidar todos a agir para conservá-los: buscá-los, comprá-los, comê-los, apresentá-los, apoiar seus produtores. Em 1999, o Slow Food partiu da Arca do Gosto para lançar a sua primeira Fortaleza Slow Food.

As Fortalezas Slow Food trabalham dentro de uma comunidade pela salvaguarda de um produto tradicional em risco de extinção biológica e/ou cultural e que faça parte da Arca do Gosto. As ações em cada Fortaleza são definidas a partir das demandas de cada comunidade. A ideia é encontrar e construir caminhos junto aos agricultores familiares para resolver suas dificuldades, potencializando suas produções e favorecendo o surgimento de alianças entre quem produz e quem consome, de forma coletiva e colaborativa. Hoje existem nove Fortalezas, 16 em processo de criação, devendo chegar a 25 em 2018.

Ainda hoje, indicar um produto para a Arca é muitas vezes o primeiro passo para iniciar uma Fortaleza Slow Food. Saiba mais no site do Slow Food e baixe gratuitamente o livreto da Arca do Gosto.